Consulta de Psicologia
Gestão de stress/ansiedade
Sentir stress é algo habitual nas vivências diárias, dado que nos confrontamos com exigências/circunstâncias que nos sugerem a necessidade de enfrentamento de algo (real ou percebido) que nos provoca desequilíbrio. O desencadeamento de mecanismos fisiológicos, psicológicos e comportamentais, é natural, e constituem-se como uma tentativa de resposta e de adaptação face à ameaça percebida. No entanto, o impacto no desempenho e funcionalidade da pessoa é visível, podendo provocar uma série de comportamentos desajustados, como, por exemplo, maior irritabilidade, reações emocionais extremas, sintomas físicos, alterações de humor, entre outros. Aprender a prevenir, a identificar e a gerir situações potenciadoras de stress é, portanto, um sinônimo de aquisição de competências pessoais e relacionais promotoras de bem-estar, no presente, mas também no futuro. A ansiedade, por seu turno, decorre de um sistema de alerta e tensão permanente e que incapacita, em diferentes áreas da vida da pessoa, o desempenho das suas funções e usufruto de vivências, podendo desencadear comportamentos de evitamento, fóbicos, ritualísticos e obsessivos, sintomas físicos, alterações do ciclo do sono, entre outro aspectos. Poderá ter na sua génese acontecimentos traumáticos e de grande impacto que ocorreram no passado, mas também situações actuais de difícil gestão. Naturalmente que, o controlo de comportamentos ansiogênicos, trará também a percepção de maior controlo sobre aspectos fundamentais da vida quotidiana.
Promoção da adaptação a novas situações de vida
As palavras, os comportamentos e as situações de vida (vivências) geram estados psicológicos que, muitas vezes, condicionam o funcionamento da pessoa (a forma como enfrenta tais situações). A longo prazo, e quando se verifica maior dificuldade de adaptação, a tensão emocional despoletada poderá ser potenciadora de sofrimento emocional. Falamos de situações de cariz individual e que geralmente estão associadas a aspectos profissionais, pessoais e de relação com os outros (e.g., mudança de posto de trabalho, alterações no agregado familiar, perdas funcionais, alterações no papel desempenhado na sociedade, mudança de curso/área escolar, entre outros). Os traços personalísticos podem e devem ser tidos em conta na apreciação da reação da pessoa às diferentes mudanças, promovendo um estilo próprio de enfrentamento na relação com o mundo, pelo que a avaliação e intervenção de um profissional especializado na promoção de estratégias que possibilitem uma maior adaptabilidade e consequente sensação de bem-estar e conforto, é uma mais-valia.
Problemas emocionais e comportamentais
A dificuldade no controlo de impulsos, fraca resistência à frustração, inquietude, maior agressividade ou contacto mais reservado na relação com o outro, sentimentos de tristeza ou euforia e evitamento, são alguns dos componentes que caracterizam uma maior dificuldade na gestão da comunicação e ajuste nas actividades de vida diária. Desenvolver potencialidades na área da inteligência emocional significa, por isso, tomar melhores decisões (conscientes, fundamentadas e devidamente exploradas), adoptar um comportamento crítico face aos seus limites e aos dos outros, ajustar mecanismos de comunicação, apostar no auto-conhecimento, desenvolver sentimentos de compaixão e de confiança e ser mais criativo na resolução de problemas. Assim sendo, o desenvolvimento desta área promove substancialmente o maior e melhor desempenho de atividades, sejam elas de cariz profissional ou de outro tipo mais pessoal, bem como o desenvolvimento de competências relacionais (e.g., relações amorosas e familiares).
Perturbações do Humor
As perturbações afectivas caracterizam-se pelo seu grande impacto na vida da pessoa. A perturbação depressiva tem, neste âmbito, uma prevalência significativa na população portuguesa e caracteriza-se por sentimentos de tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa ou de baixa auto-estima, alterações do sono ou do apetite, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. Poderá ter um caráter mais circunstancial, decorrente de um episódio de vida significativo, como a morte de um familiar, ou duradouro, prejudicando substancialmente a vida profissional e pessoal, relações familiares, entre outros aspectos. De entre este tipo de perturbações, salientam-se também as Perturbações Bipolares e outras de etiologia diferente, menos comuns entre a população portuguesa, mas também elas alvo de intervenção.
Prevenção de riscos psicossociais
Um dos âmbitos de actuação nesta área prende-se com a actividade profissional, nomeadamente, o ambiente de trabalho e a natureza do mesmo, dado que influenciam significativamente a saúde da pessoa. Os riscos psicossociais andam de mãos dadas com a experiência de stress relacionado com o trabalho (as exigências e pressões que não são compatíveis com os seus conhecimentos e habilidades e que desafiam a sua capacidade de coping/enfrentamento). O Burnout, exaustão física, emocional e mental associada a esta área, resulta especificamente deste desequilíbrio. Tal situação desencadeia na pessoa uma série de manifestações como o sentimento de esgotamento físico e psicológico, incapacidade da pessoa dar mais de si, falta de energia, fadiga, relações mais distantes,atitudes negativas e inapropriadas, perda de idealismo, maior irritabilidade, sentimento de incompetência, falta de confiança e produtividade, inabilidade para dar resposta às solicitações e para gerir situações relacionadas com o trabalho e/ou vida pessoal, ou, por outro lado, pelo sentimento de omnipotência, que pode ser acompanhado por uma progressiva perda da confiança por parte dos colegas de trabalho e superiores. É, portanto, uma área de atuação complexa e multidimensional que carece de avaliação e intervenção especializada. Uma outra vertente prende-se com a optimização do desempenho profissional. Ao mesmo tempo que se poderá prevenir situações de Burnout, também se empodera a pessoa naquelas que são as suas potencialidades. Consoante as suas características personalísticas e circunstâncias externas (local, tempo, objectivos a atingir, comportamento esperado/comportamento a atingir) é possível retirar aquilo que de melhor a pessoa tem para dar.